Revisão das políticas de ocupação da Amazônia: é possível identificar modelos para projetar cenários?
Resumo
Historicamente, dois modelos de ocupação territorial se contrapíµem na Amazônia, embora ambos a partir de iniciativas externas: a) um modelo exógeno, baseado numavisão externa ao território, que afirma a soberania, privilegiando as relações com as metrópoles, e implementado por uma geometria de redes – vias de circulação e núcleos
urbanos; b) um modelo endógeno, baseado numa visão interna do território, privilegiando o desenvolvimento local, e apoiado numa geometria de áreas. A ocupação regional predominou o modelo exógeno, através de investimentos públicos em infraestrutura e privados em agronegocios. Hoje, contudo, por força das demandas de grupos locais, interesse nacional e pressíµes ambientalistas nacionais e internacionais, resgata-se o modelo endógeno em projetos territorialmente diferenciados, mediante relações locais-globais que se estabelecem por redes de informação. Ao mesmo tempo, o interesse nacional também resgata o modelo exógeno baseado em redes físicas, através do Programa Avança Brasil. Duas políticas públicas paralelas e conflitivas induzem esses modelos. A compatibilização de interesses conservacionistas e desenvolvimentistas, ou seja, dos dois modelos, é fundamental para alcançar um desenvolvimento com sustentabilidade. Para tanto, propíµe-se um novo macrozoneamento regional cujas unidades espaço temporais
são o quadro de referência para políticas públicas específicas e cada uma delas. Cidades e vicinais são componente essencial de tal cenário.
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