Revisão das políticas de ocupação da Amazônia: é possível identificar modelos para projetar cenários?

Autores

  • Bertha K. Becker

Resumo

Historicamente, dois modelos de ocupação territorial se contrapíµem na Amazônia, embora ambos a partir de iniciativas externas: a) um modelo exógeno, baseado numa
visão externa ao território, que afirma a soberania, privilegiando as relações com as metrópoles, e implementado por uma geometria de redes – vias de circulação e núcleos
urbanos; b) um modelo endógeno, baseado numa visão interna do território, privilegiando o desenvolvimento local, e apoiado numa geometria de áreas. A ocupação regional predominou o modelo exógeno, através de investimentos públicos em infraestrutura e privados em agronegocios. Hoje, contudo, por força das demandas de grupos locais, interesse nacional e pressíµes ambientalistas nacionais e internacionais, resgata-se o modelo endógeno em projetos territorialmente diferenciados, mediante relações locais-globais que se estabelecem por redes de informação. Ao mesmo tempo, o interesse nacional também resgata o modelo exógeno baseado em redes físicas, através do Programa Avança Brasil. Duas políticas públicas paralelas e conflitivas induzem esses modelos. A compatibilização de interesses conservacionistas e desenvolvimentistas, ou seja, dos dois modelos, é fundamental para alcançar um desenvolvimento com sustentabilidade. Para tanto, propíµe-se um novo macrozoneamento regional cujas unidades espaço temporais
são o quadro de referência para políticas públicas específicas e cada uma delas. Cidades e vicinais são componente essencial de tal cenário.

Biografia do Autor

Bertha K. Becker

í‰ Doutora em Ciências e Professora Titular do Departamento de Geografia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde coordena o Laboratório de Gestão do Território. Sua área de pesquisa é a Geografia Política, sobretudo do Brasil e da Amazônia. í‰ vice-presidente do International Advisory Group do PP-G7, e membro do Conselho científico Internacional do L.B.A.

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