Inovação tecnológica no Brasil: questíµes éticas da ação social em uma economia semiperiférica
Resumo
Novas tecnologias não produzem necessariamente impacto nas relações sociais e econômicas. Desde o surgimento do moinho d’água há mais de dois milênios, até os projetos de Leonardo Da Vinci, a História é plena de invenções que não produzem efeitos nas relações de trabalho, nem alteram os hábitos de consumo de uma sociedade. Assim, o lugar da tecnologia em uma sociedade parece depender de elementos que extrapolam em muito a simples associação, hoje comum a ponto de se confundir com a própria essência do desenvolvimento tecnológico, entre tecnologia e resolução de necessidades.
A experiência histórica das sociedades que lograram desencadear a primeira onda de inovações, nas origens do capitalismo industrial, parece demonstrar que a incorporação da tecnologia na vida econômica e social passou por uma transformação radical nos respectivos sistemas sociais de personalidade, através da qual se estabeleceu um nexo entre o mundo da vida prática e o mundo da produção intelectual clássica (filosofia), nexo este que teve como mediação o desenvolvimento da ciência moderna.
Esta experiência pode ser um paradigma interessante para se compreender o caso de sociedades como a brasileira, que, apesar de terem logrado um significativo desenvolvimento econômico-industrial, simultí¢neo ao desenvolvimento e consolidação de uma base de produção científica e tecnológica relativamente avançada, permanecem estacionadas na semiperiferia da economia mundial, por conta de dificuldades em desenvolver um processo endógeno e permanente de inovação tecnológica.
O trabalho propíµe que, a esta discussão, pode contribuir esclarecedoramente o referencial da teoria do agir comunicacional de Habermas, especialmente se resgatados seus fundamentos em Kant e Hegel, chamando a atenção sobre a dimensão ética do agir social como mecanismo instaurador de sentido para as novas configurações resultantes do desenvolvimento tecnológico.
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